sábado, 25 de maio de 2013

Soneto "Amor Vivo" de Antero de Quental

Novo Sábado, novo poema. Aqui fica "Amor vivo":

Amar! mas duns amores que têm vida...
Não serão vagos, trémulos harpejos,
Não serão só delirios e desejos
Duma doida cabeça escandecida...

Hão-de-se ver! e, como a luz fundida
Penetrar o meu ser-não serão beijos
Dados no ar- delirios e desejos-
Mas amor...duns amores que têm vida.

Com eles hei-de andar no mundo: o dia
Não pode vir fundi-los nos meus braços
Como névoas ideais de fantasia.

Nem os dissipa o sol coa luz erguida...
Pois que podem os Astros dos espaços
Contra uns débeis amores...se têm vida?

Bom Fim-de-semana!

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